A Barca dos Amantes
Milton Nascimento e Sérgio Godinho

Ah! Quanto eu queria navegar
Pra sempre a barca dos amantes
Onde o que eu sei deixei de ser
Onde o que eu vou não ia dantes

Ah! Quanto eu queria conseguir
Trazer a barca à madrugada
E desfraldar o pano branco
Na que for terra, a mais amada

E que em toda parte o seu corpo
Seja o meu porta-estandarte
Plantado no seu mais fundo
Posso agitar-me no vento
E mostrar a cor ao mundo

Ah! Quanto eu queria navegar
Pra sempre a barca dos amantes
Onde o que vi me fez vogar
De rumos meus a cais errantes

Ah! Quanto eu queria me espraiar
Fazer a trança a calmaria
Avistar terra e não saber
Se ainda o é quando for dia